O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) subiu 0,19% em março, na comparação com o mês anterior. Isso quer dizer que os consumidores do país tiveram que pagar um pouco mais caro no mês passado para adquirir itens e contratar serviços no Brasil, em relação a fevereiro.
O avanço mensal ficou bem abaixo da variação registrada no mês anterior (0,81%). Aliás, a alta de março foi semelhante ao avanço do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que subiu 0,16% em março. A propósito, o IPCA é considerado a inflação oficial do Brasil.
Com o acréscimo do resultado de março, o INPC passou a acumular uma alta de 3,40% nos últimos 12 meses, abaixo dos 3,86% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.
O que é INPC?
Em resumo, o INPC mede a variação da cesta de compras para famílias com renda de um até cinco salários mínimos, ou seja, foca nas pessoas de renda mais baixa do país. Aliás, o aumento contínuo e generalizado dos preços de bens e serviços se chama inflação.
Quando ocorre o contrário, tem-se deflação. Contudo, o termo se refere ao recuo generalizado dos preços. Quando a queda não é generalizada, mas apenas pontual, os analistas passam a considerar o resultado apenas como uma queda da inflação.
Seja como for, o INPC é usado como referência para reajustes salariais e benefícios do INSS. Em suma, o governo federal promove reajustes do salário mínimo conforme a variação do INPC. Inclusive, os reajustes devem ser, no mínimo, iguais à variação acumulada pelo indicador no ano anterior.
Assim, as famílias continuam a ter as mesmas condições de renda para seguirem comprando os mesmos itens ano após ano, pelo menos teoricamente. No entanto, o Governo Federal pode promover reajustes que resultem em ganhos reais para os trabalhadores, acima da inflação registrada pelo INPC, como aconteceu neste ano.
Inflação sobe em 15 dos 16 locais pesquisados
No mês passado, o INPC subiu em 15 dos 16 locais pesquisados pelo IBGE, refletindo uma disseminação do encarecimento dos produtos e serviços no país. Contudo, vale destacar que o avanços dos preços desacelerou em todas as capitais, pesando um pouco menos no orçamento das famílias.
Confira abaixo as taxas inflacionárias registradas nos locais pesquisados em março:
- São Luís: 0,79%;
- Aracaju: 0,54%;
- Belém: 0,51%;
- Recife: 0,37%;
- Goiânia: 0,35%;
- Fortaleza: 0,31%;
- Salvador: 0,23%;
- Rio Janeiro: 0,20%;
- Vitória: 0,15%;
- Belo Horizonte: 0,12%;
- Brasília: 0,11%;
- Campo Grande: 0,10%;
- São Paulo: 0,10%;
- Rio Branco: 0,07%;
- Curitiba: 0,05%;
- Porto Alegre: -0,21%.
Como observado acima, a inflação medida pelo INPC subiu em quase todos os locais pesquisados em março, mas a taxa nacional ficou bem mais fraca que a de fevereiro devido à desaceleração dos preços no país.
No acumulado dos últimos 12 meses até março, todos os locais continuaram com taxas positivas. Os números mais elevados foram registrados em: Belo Horizonte (5,10%), Belém (4,82%), Fortaleza (4,72%) e Rio Branco (4,15%).
Em contrapartida, as menores variações foram observadas em Porto Alegre (2,11%), Vitória (2,68%), Recife (2,78%), Brasília (2,82%), São Paulo (2,89%) e Salvador (2,97%).
Veja os destaques do mês
Em março, a taxa do INPC ficou mais elevada em São Luís devido ao forte avanço de 23,51% registrado no preço do tomate. De modo diferente, Porto Alegre teve a menor taxa entre os locais pesquisados devido à queda nos preços da batata-inglesa (-18,42%) e da gasolina (-2,41%). Esses recuos puxaram a inflação para baixo no local.
O IBGE também revelou que os preços dos produtos alimentícios subiram 0,50% em março, desacelerando em relação ao mês anterior (0,95%). Da mesma forma, os produtos não alimentícios desaceleraram de 0,77%, em fevereiro, para 0,09% neste mês.
Vale destacar que cada local possui um peso na composição do INPC. Por ser a maior economia do país, São Paulo lidera a lista, respondendo por 24,60% da inflação medida pelo indicador.
Em seguida, ficam Belo Horizonte (10,35%), Rio de Janeiro (9,38%), Salvador (7,92%), Curitiba (7,37%) e Porto Alegre (7,15%). Portanto, a inflação registrada nestes locais exerce uma influência nacional bem maior que a de Rio Branco, por exemplo, que tem peso de apenas 0,72% na composição do INPC.
INPC x IPCA
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existe uma diferença sutil entre os dados do INPC e do IPCA e apenas se refere ao uso do termo “amplo”.
De um lado, “o IPCA engloba uma parcela maior da população. Ele aponta a variação do custo de vida médio de famílias com renda mensal de 1 e 40 salários mínimos“, segundo o IBGE.
Por sua vez, “O INPC verifica a variação do custo de vida médio apenas de famílias com renda mensal de 1 a 5 salários mínimos. Esses grupos são mais sensíveis às variações de preços, pois tendem a gastar todo o seu rendimento em itens básicos, como alimentação, medicamentos, transporte etc.”, informa o IBGE.