O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), popularmente conhecido como inflação do aluguel, subiu novamente em julho. Nesta quarta-feira (30), os brasileiros que vivem de aluguel receberam a notícia negativa, até porque as pessoas torcem pela queda dos preços. No entanto, vale destacar que a taxa desacelerou em relação ao mês anterior.
Em resumo, o IGP-M subiu 0,61% neste mês, taxa mais fraca que a registrada em junho (0,81%). De todo modo, o orçamento das famílias brasileiras ficou um pouco mais pressionado, já que os preços do aluguel ficaram mais caros no país. Além disso, o avanço superou as projeções do mercado (0,46%), sinalizando mais dificuldades para os consumidores do país.
A saber, o IGP-M caiu 3,18% em 2023, e o desempenho do indicador em 2024 estava seguindo esse mesmo caminho nos primeiros meses do ano. Contudo, os resultados inverteram a tendência negativa em maio, refletindo o aumento dos preços do aluguel de imóveis no país.
A propósito, os dados fazem parte do levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE) e divulgado mensalmente.
Indicador mede a inflação do aluguel
Em síntese, o IGP-M funciona como um indexador de contratos, incluindo os de locação de imóveis. No entanto, o índice não fica limitado a aluguéis, pois também é utilizado para reajustes de contratos de tarifas públicas e seguros, por exemplo.
Além disso, o indicador também influencia mensalidades de escolas e universidades, tarifa de energia elétrica e planos de saúde. Em outras palavras, o IGP-M é muito importante para diversos segmentos da sociedade, influenciando-os de maneira direta.
Com o acréscimo do resultado de julho, o índice passou a acumular um avanço de 1,71% em 2024. Já no acumulado dos últimos 12 meses até julho, a alta é mais intensa, de 3,82%. Isso quer dizer que os preços de locação de imóveis estão mais baratos que há um ano, mas a variação é bem tímida.
Em julho de 2023, o IGP-M acumulava queda de 7,72% nos últimos 12 meses, resultado bastante positivo para a população, uma vez que indica queda dos preços no país. Contudo, em 2024, a população não está se beneficiando com preços mais acessíveis no país.
IGP-M é composto por três índices
Em suma, a variação do IGP-M se dá por três indicadores:
- Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA);
- Índice de Preços ao Consumidor (IPC);
- Índice Nacional de Custo da Construção (INCC).
Em julho, todos os três indicadores avançaram, na comparação com o mês anterior. Esse resultado impulsionou o IGP-M, para tristeza dos brasileiros. Entretanto, todos os componentes apresentaram desaceleração em suas taxas. Aliás, os indicadores compõem a inflação do aluguel, mas abrangem diversos setores. Portanto, sua variação pode ser bastante distinta entre eles.
Preços ao produtor desaceleram em julho
Em resumo, o IPA exerce o maior impacto no IGP-M, respondendo por cerca de 60% do índice. Por isso, o indicador considerado a inflação do aluguel tende a apresentar variações semelhantes a do IPA.
Em julho, o IPCA subiu 0,68%, desacelerando em relação à variação observada em junho (0,89%). Isso aconteceu, principalmente, por causa do grupo de bens finais, cuja taxa passou de 1,08% para -0,02%. O decréscimo ocorreu devido ao subgrupo de alimentos in natura, cujos preços haviam subido 3,00% em junho, mas caíram 4,43% em julho.
Índice ao consumidor também perde força
Por sua vez, o IPC passou de 0,46% para 0,30%, desaceleração que foi provocada por cinco das oito classes de despesas pesquisadas pelo FGV IBRE, cujas taxas também apresentaram decréscimo em relação ao mês anterior.
Em julho, o grupo alimentação (0,96% para -0,84%) exerceu o maior impacto negativo, limitando a alta do IPC. Nesta classe de despesa, o subitem hortaliças e legumes figurou como o grande destaque do mês, com os preços caindo 8,78%, após alta de 5,36% em junho.
Os outros quatro grupos que também apresentaram desaceleração nos preços foram: saúde e cuidados pessoais (0,68% para 0,19%), vestuário (0,42% para -0,16%), comunicação (0,07% para 0,04%) e habitação (0,38% para 0,36%)
Os decréscimos foram provocados, principalmente, pelos seguintes subitens: artigos de higiene e cuidado pessoal (1,84% para -0,11%), roupas (0,41% para -0,42%), combo de telefonia, internet e TV por assinatura (0,01% para -0,45%) e taxa de água e esgoto residencial (1,88% para 0,28%), respectivamente.
“No índice ao produtor e ao consumidor, apesar da influência da desvalorização cambial e dos reajustes de preços administrados, como gasolina e energia, os índices subiram menos nesta edição. Destaca-se a queda expressiva nos preços dos alimentos in natura, tanto no índice ao produtor quanto ao consumidor“, informou o Coordenador dos Índices de Preços do FGV IBRE, André Braz.
Inflação da construção sobe menos
Por fim, o terceiro indicador que compõe o IGP-M também registrou desaceleração em julho, assim como os demais. A saber, este é o componente que exerce a menor influência na inflação do aluguel, de apenas 10%. Portanto, suas taxas não sinalizam para onde o indicador nacional vai.
O INCC variou 0,69% em julho, desacelerando em relação a junho (0,93%). Em suma, o resultado do indicador foi enfraquecido pelo decréscimo observado no componente mão de obra (1,61% para 0,85%), apesar do avanço nos outros dois componentes: materiais e equipamentos (0,48% para 0,58%), serviços (0,29% para 0,65%) e mão de obra (0,74% para 1,05%).