O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) do Brasil subiu pelo segundo mês consecutivo. O indicador vem mantendo avanços recorrentes, sinalizando o bom momento para o mercado de trabalho do país.
Em junho, o índice de emprego subiu 2,2 pontos, para 81,6 pontos. Com isso, o indicador alcançou o maior patamar desde setembro de 2022 (83,8 pontos), ou seja, em 22 meses. Já ao considerar a média móvel trimestral, o IAEmp avançou 0,5 ponto.
Neste ano, o índice cresceu em quase todos os meses. A única exceção foi maio, quando o indicador caiu 1,3 ponto. Contudo, essa retração não afetou o resultado anual, que vem apresentando dados cada vez mais positivos.
Confira abaixo as variações do indicador de emprego em 2024, em relação ao mês imediatamente anterior:
- Janeiro: 0,9 ponto;
- Fevereiro: 0,3 ponto;
- Março: 1,0 ponto;
- Abril: 0,7 ponto;
- Maio: -1,3 ponto;
- Junho: 0,5 ponto;
- Julho: 2,2 pontos.
Cabe salientar que o mercado de trabalho brasileiro enfrentou muitos desafios nos últimos anos. Em resumo, a pandemia da covid-19 impactou diversos setores econômicos e provocou a perda de milhões de empregos em todo o planeta, inclusive no Brasil. E foi nesse período que o IAEmp caiu para o menor nível da série histórica.
A propósito, o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE), responsável pela pesquisa, divulgou os dados nesta semana.
IAEmp está aquecido no país em 2024
Segundo Rodolpho Tobler, economista do FGV Ibre, o resultado de julho foi bastante positivo, refletindo a resiliência do mercado de trabalho. O novo avanço foi mais firme que o de junho e indica o avanço do mercado nacional, que vem ocorrendo desde o final de 2023.
“A alta em julho do indicador confirma sua trajetória positiva iniciada no final do ano passado. Mesmo com algumas oscilações, a retomada recente já acumula alta de 6,6 pontos desde novembro de 2023. Esse momento favorável do mercado de trabalho parece estar relacionado à recuperação da confiança dos setores cíclicos nesse semestre“, explicou Tobler.
O resultado de julho reduziu os temores que os analistas passaram a apresentar após a queda de maio. Agora, a expectativa é de novos avanços do IAEmp, mas o ritmo não deverá se manter tão forte quanto o observado atualmente.
“Para os próximos meses, ainda é esperado dados positivos sobre mercado de trabalho, mas provavelmente em ritmo menos intenso, dado o cenário mais incerto sobre o ambiente macroeconômico, como fim da queda de juros e elevada incerteza econômica“, disse o economista.
Seis dos sete componentes do indicador sobem
De acordo com os dados do levantamento, seis dos sete componentes do IAEmp subiram no mês passado, enquanto o componente restante se manteve estável em relação ao mês anterior.
Veja abaixo a variação de cada componente em julho:
- Indústria – Emprego Previsto: 0,3 ponto;
- Indústria – Situação Atual dos Negócios: 0,4 ponto;
- Indústria – Tendência dos Negócios: 0,4 ponto;
- Serviços – Emprego Previsto: 0,4 ponto;
- Serviços – Situação Atual dos Negócios: 0,6 ponto;
- Serviços – Tendência dos Negócios: 0,0 ponto;
- Consumidor – Emprego Local Futuro: 0,2 ponto.
Em síntese, os dados mostram que o emprego previsto cresceu tanto no setor de serviços quanto na indústria, indicando fortalecimento do mercado de trabalho brasileiro no mês passado.
Da mesma forma, o componente situação atual dos negócios avançou nos serviços e na indústria, sinalizando melhora em relação ao mês anterior.
A saber, o Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) se baseia em dados das Sondagens da Indústria, de Serviços e do Consumidor. Em suma, ele pode antecipar as direções tomadas pelo mercado de trabalho no Brasil, possuindo relação positiva com o nível de emprego do país.
Desemprego encolhe no Brasil no 2º trimestre
Além do avanço do indicador de emprego da FGV em julho, os números mais recentes do mercado de trabalho brasileiro também foram positivos.
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua), realizada pelo IBGE, a taxa de desocupação caiu para 6,9% no segundo trimestre deste ano.
A coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, Adriana Beringuy, destacou o bom momento para “Observa-se a manutenção de resultados positivos e sucessivos. Esses recordes de população ocupada não foram impulsionados apenas nesse trimestre, mas são consequência do efeito cumulativo de uma melhoria do mercado de trabalho em geral nos últimos trimestres“.
A saber, a população desocupada totalizou 7,5 milhões de pessoas no período. Esse é o menor número registrado desde o trimestre encerrado em fevereiro de 2015, ou seja, há mais de nove anos que a taxa da população desocupada não atingia um nível tão baixo assim no país.
Por fim, a população ocupada somou 101,8 milhões entre abril e junho deste ano, atingindo um novo recorde da série histórica, iniciada em 2012.