A taxa de informalidade no Brasil atingiu 38,6% da população ocupada no segundo trimestre de 2024. A saber, o país tinha 39,3 milhões de trabalhadores informais entre abril e junho deste ano, em números absolutos.
No período, a população empregada do país somou 101,8 milhões de pessoas. Esse valor atingiu um novo recorde da série histórica, iniciada em 2012, ou seja, o país nunca havia registrado tantas pessoas ocupadas de maneira formal quanto no segundo trimestre deste ano.
Em resumo, o valor cresceu 1,6% em relação ao trimestre anterior, o que representou um acréscimo de 1,6 milhão de pessoas. Já em comparação com o segundo trimestre de 2023, a alta foi de 3,0% (acréscimo de 2,9 milhões de pessoas).
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) Contínua, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 17 das 27 Unidades da Federação (UFs) tiveram taxas de informalidade superiores à média nacional.
Em suma, o Pará continuou liderando o ranking entre todas as UFs do país, com uma taxa de informalidade bem maior que a nacional.
Confira os estados com as maiores taxas de informalidade do país no segundo trimestre deste ano:
- Pará: 55,9%;
- Maranhão: 55,7%;
- Piauí: 54,6%;
- Ceará: 53,0%;
- Amazonas: 52,2%;
- Paraíba: 50,3%;
- Pernambuco: 49,9%
- Bahia: 49,4%;
- Sergipe: 49,2%.
Outros oito estados tiveram taxas acima da média nacional: Roraima (47,4%), Acre (46,0%), Alagoas (45,9%), Amapá (45,5%), Rondônia (45,0%), Tocantins (43,9%), Rio Grande do Norte (41,3%), e Espírito Santo (39,4%).
Em síntese, todos os estados do Norte e do Nordeste tiveram taxas de informalidade superiores à média nacional, juntando-se a esse grupo o Espírito Santo. Esse resultado é bastante preocupante, pois o trabalho informal oferece menos garantias em relação aos direitos trabalhistas, além de ser menos estável.
“As regiões Norte e Nordeste possuem taxas de informalidade maiores que a média nacional. Isso decorre da maior presença de trabalhadores por conta própria sem registro no CNPJ e, mesmo entre os empregados, de uma menor cobertura da carteira assinada“, disse Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas por Amostras de Domicílios do IBGE.
Santa Catarina tem menor taxa de informalidade
A PNAD também revelou a outra parte do ranking, cujos resultados são mais positivos para o Brasil. Em síntese, Santa Catarina teve a menor taxa de informalidade do país. Inclusive, o estado mantém a posição há anos.
Vale destacar que Santa Catarina também apresentou o maior percentual de trabalhadores do setor privado com a carteira de trabalho assinada no primeiro trimestre. Esse resultado é um dos fatores que explica a baixa taxa de informalidade do estado sulista.
Entre abril e junho de 2024, apenas 10 UFs tiveram taxas de informalidade inferiores à média nacional. Veja quais UFs registraram os melhores números do segundo trimestre deste ano:
- Santa Catarina: 27,1%;
- Distrito Federal: 29,8%;
- São Paulo: 31,2%;
- Mato Grosso do Sul: 31,8%;
- Paraná: 32,0%;
- Rio Grande do Sul: 32,5%;
- Mato Grosso: 33,7%;
- Goiás: 35,1%;
- Minas Gerais: 36,6%;
- Rio de Janeiro: 37,9%.
Os dados citados mostram que as menores taxas de informalidade foram observadas nas UFs do Centro-Sul do Brasil.
Cabe salientar que a PNAD Contínua realiza o levantamento da informalidade no mercado de trabalho brasileiro considerando as seguintes populações:
- Empregado no setor privado sem carteira de trabalho assinada;
- Empregado doméstico sem carteira de trabalho assinada;
- Empregador sem registro no CNPJ;
- Trabalhador por conta própria sem registro no CNPJ;
- Trabalhador familiar auxiliar.
Piauí tem maior taxa de subutilização do país
Além disso, o IBGE também revelou dados da taxa composta de subutilização da força de trabalho. Esse indicador se refere ao “percentual de pessoas desocupadas, subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas e na força de trabalho potencial em relação à força de trabalho ampliada”, segundo o IBGE.
Em resumo, a taxa composta de subutilização fechou o trimestre em 16,4%, o que representa uma queda de 1,5 ponto percentual (p.p.) em relação ao trimestre anterior. Já na comparação com o segundo trimestre do ano passado, a taxa recuou 1,4 p.p.
Apesar das quedas em ambas as bases comparativas, vários locais apresentaram valores bem acima da média nacional. O destaque negativo continuou com o Piauí, que seguiu na liderança nacional, com um taxa mais de duas vezes superior a do Brasil.
Confira quais estados tiveram as maiores taxas de subutilização do país:
- Piauí: 33,0%;
- Bahia: 29,5%;
- Alagoas: 26,6%;
- Pernambuco: 26,5%;
- Maranhão: 25,3%;
- Sergipe: 25,2%;
- Paraíba: 24,1%;
- Pará: 23,7%;
- Ceará: 23,4%;
- Rio Grande do Norte: 21,6%;
Outras cinco UFs também tiveram taxas superiores à média nacional: Roraima (17,7%), Acre (17,5%), Distrito Federal (17,3%), Amapá (17,1%) e Tocantins (16,5%).
Em contrapartida, a menor taxa veio de Santa Catarina, que teve o melhor resultado nacional no quesito subutilização. Entretanto, vale destacar que não foram apenas as UFs do Centro-Sul do país que se destacaram. Nesse quesito, alguns estados da região Norte tiveram alguns dos melhores resultados do país:
Veja os estados com as menores taxas de subutilização do Brasil:
- Santa Catarina: 5,8%;
- Rondônia: 7,1%;
- Mato Grosso: 8,2%;
- Espírito Santo: 9,1%;
- Paraná: 9,9%;
- Mato Grosso do Sul: 9,9%;
- Goiás: 11,4%;
- Rio Grande do Sul: 12,4%;
- Minas Gerais: 12,7%;
- São Paulo: 13,2%;
- Amazonas: 15,5%;
- Rio de Janeiro: 16,3%.