A nova faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) é um tema que tem gerado grande discussão entre os contribuintes brasileiros. Com a proposta enviada pelo Governo Federal ao Congresso, espera-se que essa mudança traga impactos significativos para milhões de trabalhadores.
O que é a nova faixa de isenção do Imposto de Renda?
A nova faixa de isenção do Imposto de Renda é uma alteração na legislação tributária que tem o objetivo de aumentar o limite de isenção para aqueles que recebem até R$ 5.000 por mês. Com a aprovação do projeto de lei, a partir de 2026, trabalhadores que se enquadrarem nesse critério não precisarão mais pagar imposto sobre sua renda. Atualmente, esse limite de isenção é de R$ 2.259,20.
Essa mudança representa um alívio financeiro para uma grande parte da população, permitindo que mais brasileiros mantenham uma maior parte de sua renda líquida. A proposta também inclui uma isenção parcial para aqueles que ganham entre R$ 5.000 e R$ 7.000, o que significa que esses contribuintes pagarão menos imposto do que pagam atualmente.
Benefícios da nova faixa de isenção
Aumento da renda líquida
Com a nova faixa de isenção, a renda líquida dos trabalhadores brasileiros deve aumentar consideravelmente. Isso ocorre porque, com menos imposto descontado, os trabalhadores poderão dispor de mais dinheiro para suas despesas e investimentos pessoais. Por exemplo, um motorista que ganha R$ 3.650,66 pode economizar cerca de R$ 1.058,72 ao ano, enquanto uma professora com um salário de R$ 4.867,77 pode ter uma economia anual de aproximadamente R$ 3.970,07.
Impacto em milhões de brasileiros
Estima-se que cerca de 10 milhões de brasileiros serão beneficiados diretamente por essa nova isenção. Juntando-se a esses, estão os 10 milhões que já foram favorecidos pelas mudanças anteriores de 2023 e 2024, totalizando 20 milhões de pessoas que deixarão de pagar Imposto de Renda desde o início da atual gestão do Governo Federal. Isso significa que 90% dos contribuintes do IR estarão na faixa de isenção total ou parcial.
Como funcionará a isenção parcial?
Faixa de renda entre R$ 5.000 e R$ 7.000
Para aqueles que recebem entre R$ 5.000 e R$ 7.000, a proposta prevê uma isenção parcial. Isso significa que esses contribuintes terão um desconto progressivo em seus impostos, o que resulta em uma menor carga tributária. Essa abordagem pretende aliviar a pressão financeira sobre a classe média e permitir que mais pessoas tenham acesso a uma maior parte de sua renda.
Quem será afetado pela nova tributação mínima?
Contribuintes com renda elevada
Apesar das vantagens oferecidas pela nova faixa de isenção, há uma preocupação com a tributação mínima para aqueles que possuem rendas mais altas. Apenas 141,4 mil contribuintes (aproximadamente 0,13% do total) passarão a pagar o patamar mínimo, que é definido para quem ganha acima de R$ 600 mil por ano. Essa medida é uma forma de compensar a redução na arrecadação que a nova faixa de isenção pode causar.
Comparação com a carga tributária atual
Atualmente, os contribuintes de alta renda pagam proporcionalmente menos imposto devido a isenções sobre dividendos. A introdução da tributação mínima para essas rendas isentas busca criar uma maior equidade no sistema tributário, garantindo que todos contribuam de forma justa.
Como será a arrecadação do governo?
Impacto na arrecadação federal
A ampliação da faixa de isenção resultará em uma redução da arrecadação federal na ordem de R$ 27 bilhões. No entanto, a implementação da tributação mínima para altas rendas deverá gerar uma receita adicional de aproximadamente R$ 25,22 bilhões. Além disso, estima-se que a tributação de 10% sobre remessas de dividendos ao exterior gerará mais R$ 8,9 bilhões.
Benefícios para estados e municípios
Embora a nova faixa de isenção possa reduzir a retenção do Imposto de Renda na fonte, estados e municípios não devem sofrer perdas significativas. A compensação proveniente da tributação mínima e o aumento da massa salarial dos trabalhadores devem contribuir para um aumento na arrecadação de tributos como ICMS, ISS e IBS.
A tabela de Imposto de Renda será alterada?
Manutenção da tabela progressiva
Uma das questões que surgiram com a proposta da nova faixa de isenção é se a tabela do Imposto de Renda será alterada. A resposta é não. A dedução ocorrerá após a aplicação da tabela progressiva, que continuará a garantir isenção total até R$ 5.000 e parcial até R$ 7.000.
Alíquotas para rendimentos acima de R$ 5.000
As alíquotas progressivas que permanecem são de 7,5%, 15%, 22,5% e 27,5% para rendimentos que ultrapassam R$ 5.000. Isso significa que os contribuintes que estão acima desse limite ainda estarão sujeitos a uma carga tributária progressiva.
O que muda para os trabalhadores CLT?
Vínculo empregatício e impostos
Os trabalhadores que possuem vínculo empregatício sob o regime CLT não devem se preocupar com mudanças em sua tributação. A nova regra não afetará aqueles que já têm imposto retido na fonte, garantindo que a carga tributária sobre esses trabalhadores permaneça inalterada.
Renda extra e tributação
Para aqueles que realizam trabalhos extras, como freelancers ou “bicos”, a nova legislação também não implicará em uma tributação adicional, desde que os rendimentos sejam tributados na fonte. A nova faixa de isenção se aplica apenas a rendimentos isentos, como dividendos de empresas.
Como funciona a tributação mínima para altas rendas?
Cálculo da renda total
A tributação mínima para altas rendas será aplicada a contribuintes cuja soma de rendimentos ultrapasse R$ 600 mil. Para calcular a renda total, é necessário considerar todos os tipos de rendimento, incluindo salários, aluguéis e dividendos. Caso a soma seja inferior a R$ 600 mil, não haverá cobrança adicional.
Alíquotas progressivas
Se a renda total exceder R$ 600 mil, será aplicada uma alíquota que aumenta gradualmente até 10%. Isso significa que, para aqueles que ganham R$ 1,2 milhão ou mais, a tributação será mais significativa. É importante ressaltar que alguns rendimentos, como ganhos de poupança e heranças, não entram no cálculo da tributação mínima.