A balança comercial brasileira registrou um superávit recorde no primeiro bimestre de 2024. Entre janeiro e fevereiro, o volume de exportações superou o de importações em superávit de US$ 11,94 bilhões. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) informou o dado inédito nesta quarta-feira (6).
A saber, o MDIC nunca havia registrado um superávit tão elevado nos dois primeiros meses de ano quanto em 2024. Aliás, a série histórica teve início em 1989, ou seja, esse foi o maior valor para o período em 35 anos. Anteriormente, o recorde havia sido registrado em 2016, quando o saldo ficou positivo em US$ 6,72 bilhões. Isso quer dizer que o novo recorde superou o antigo em 77,7%
De acordo com a pasta, o superávit observado no primeiro bimestre resulta da subtração das exportações pelas importações. Aliás, veja abaixo os volumes registrados em fevereiro:
- Exportações: somaram US$ 50,5 bilhões;
- Importações: somaram US$ 38,576 bilhões.
No acumulado de janeiro e fevereiro, as exportações tiveram um forte crescimento de 17,4% em comparação ao mesmo período de 2023 (US$ 43,04 bilhões). Da mesma forma, as importações também subiram nessa base comparativa (1,0%), mas de maneira bem mais tímida (US$ 38,56 bilhões). Com isso, o superávit da balança comercial foi bem mais expressivo em 2024.
Em resumo, o país registra superávit comercial quando as exportações superam as importações, sinalizando fortalecimento da economia brasileira. Em contrapartida, quando as importações são superiores, tem-se déficit comercial.
Superávit de fevereiro também bate recorde
O MDIC revelou que o resultado de fevereiro impulsionou a balança comercial no bimestre. No segundo mês de 2024, as exportações somaram US$ 23,538 bilhões, superando em 16,3% o montante registrado em fevereiro de 2023 e o recorde anterior para o mês, registrado em 2022 (US$ 23,513 bilhões). Por sua vez, as importações totalizaram US$ 18,091 bilhões no mês, 2,4% a mais do que em fevereiro de 2023 (US$ 17,67 bilhões).
“Com isso, a corrente de comércio totalizou US$ 41,629 bilhões em fevereiro, com saldo de US$ 5,45 bilhões, o maior da série histórica para meses de fevereiro, 17,6% superior ao recorde anterior (R$ 4,6 bi), de fevereiro de 2022 e 111,8% acima do saldo de fevereiro de 2023“, informou o MDIC.
Exportações impulsionam balança comercial em fevereiro
Segundo o MDIC, as exportações, pela média diária, cresceram 16,3% em fevereiro, na comparação com o mesmo mês de 2023. A saber, as exportações dos três segmentos pesquisados crescerem no mês passado, impulsionando a média nacional.
Confira abaixo os dados das exportações brasileiras em fevereiro:
- Indústria de transformação: US$ 12,81 bilhões (5,0%);
- Indústria extrativa: US$ 5,76 bilhões (63,9%);
- Agropecuária: US$ 4,86 bilhões (11,5%).
O MDIC também revelou que, dentre os principais parceiros comerciais do Brasil, apenas as exportações para a Argentina caíram em fevereiro:
- China, Hong Kong e Macau: US$ 7,02 bilhões (39,7%);
- União Europeia: US$ 3,02 bilhões (5,9%);
- Estados Unidos: US$ 2,65 bilhões (9,3%);
- Argentina: US$ 940 milhões (-30,0%).
Importações também crescem no mês
O volume das importações também cresceu em fevereiro, na comparação anual. Em suma, o avanço de 2,4% ocorreu devido à indústria extrativa, que fechou o mês em forte queda, apesar do crescimento das importações nos outros dois setores:
- Indústria de transformação: US$ 16,48 bilhões (+3,9%);
- Indústria extrativa: US$ 1,15 bilhão (-10,1%);
- Agropecuária: US$ 410 milhões (5,8%);
Além disso, o Brasil também reduziu as importações em relação aos principais parceiros comerciais, exceto a China.
- China, Hong Kong e Macau: US$ 4,56 bilhões (21,2%);
- União Europeia: US$ 3,42 bilhões (-4,4%);
- Estados Unidos: US$ 2,79 bilhões (-2,8%);
- Argentina: US$ 720 milhões (-23,9%).
Veja os destaques de vendas em fevereiro
De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) os principais itens vendidos pelo Brasil para o exterior em fevereiro foram:
- Soja: US$ 2,95 bilhões;
- Minério de ferro: US$ 2,78 bilhões;
- Óleos brutos de petróleo: US$ 2,62 bilhões;
- Açúcares e melaços: US$ 1,58 bilhão.
As exportações cresceram em fevereiro, impulsionadas pelas vendas de café não torrado (71,5%), soja ( 4,5%) e algodão em bruto (498,1%) na Agropecuária. Já na indústria extrativa, os destaques ficaram com minério de ferro e seus concentrados (41,4%), minérios de metais preciosos e seus concentrados (390.715.030%) e óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos, crus (119,7%).
Por sua vez, os itens que impulsionaram as exportações na indústria de transformação foram “carne bovina fresca, refrigerada ou congelada (32,2%), açúcares e melaços (201,2%) e farelos de soja e outros alimentos para animais (excluídos cereais não moídos), farinhas de carnes e outros animais ( 9,8%)“, explicou o MDIC.
Principais parceiros do Brasil
Em fevereiro, os principais parceiros comerciais do Brasil, que promoveram os maiores superávits comerciais, ou seja, cujas exportações brasileiras superaram as importações, foram:
- China, Hong Kong e Macau: US$ 2,46 bilhões;
- Argentina: US$ 220,78 milhões;
- México: US$ 202,91 milhões;
- Canadá: US$ 157,8 milhões.
Em contrapartida, as importações superaram o volume de exportações em alguns locais, com destaque para Rússia (-US$ 649,2 milhões), Estados Unidos (-US$ 137,46 milhões) e Japão (-US$ 62,62 milhões).